segunda-feira, 20 de abril de 2015

Vasco: 8 pênaltis em 17 jogos. Não poderia ser de outro jeito. Garfadas no Fla e principalmente no Flu

O tradicional campeonato carioca já teve momentos terríveis. Como em 1998, quando times se recusavam a disputar partidas nas condições estipuladas à época. O certame foi um festival de jogos definidos no "WO", com equipes simplesmente não aparecendo e entregando os pontos sem constrangimento.
Houve também o de quatro anos depois, que de tão ruim ficou popularmente conhecido como "Caixão 2002". Acabou com erros absurdos de arbitragem e numa espécie de semi-anonimato, ignorado pela torcida e até pela mídia, mais atenta ao torneio Rio-São Paulo e à Copa do Mundo, que se aproximava.
Esse disputado em 2015 é de jogar a tolha. Novamente marcado por arbitragens tétricas, decisões de bastidores e tribunais que interferiram diretamente no andamento da competição. Difícil esperar que o torcedor leve esse negócio a sério. Como falar do que se passa nas quatro linhas ignorando o entorno?
Nas semifinais o Fluminense foi a maior vítima. Primeiro com a mudança do segundo jogo com o Botafogo para o Engenhão, o que seria aceitável caso tal decisão não fosse tomada entre as duas partidas, numa canetada. Depois veio a absurda suspensão de Fred por declarações naturais em qualquer ambiente democrático.
Para completar, o Botafogo venceu por 2 a 1 com o primeiro gol numa jogada irregular. O impedimento foi ignorado pela arbitragem. Na segunda etapa, com os alvinegros se arrastando em campo, os tricolores perderam a chance de vencer. Foram incapazes, é óbvio. Mas o que aconteceria se Fred estivesse em campo?
Jamais saberemos, mas podemos imaginar. Como é de se imaginar num ponto do Rio de Janeiro alguém celebrando com euforia a presença de dois aliados em sua festinha particular. O futebol carioca virou mero feudo de alguns. A administração no caos é sempre conveniente para certos personagens.
Flamengo x Vasco. Primeiro vamos deixar claro que esta é a análise dos confrontos decisivos de 2015. Erros do passado, como os que beneficiaram os rubro-negros em 2014 e outros momentos, citamos antes. É só navegar aqui pelo blog para reler. Olhando para os dois últimos jogos, o prejuízo é dos flamenguistas.


Na primeira partida Jonas deveria ter sido expulso. Não foi. Como no segundo o vascaíno Christiano, ao enfiar a chuteira nas costas de Anderson Pico. Gilberto idem, por comemorar o gol lá na torcida, o que deveria lhe custar o segundo cartão amarelo. Discordo de tal recomendação, mas ela existe, logo, deveria ser seguida.
E tudo depois do pênalti absurdamente marcado e que definiu o clássico. É claro que a falha do apito no segundo jogo foi maior e mais decisiva do que a do primeiro duelo. Fica com jeito de "Lei da compensação". Nada surpreendente. "Erraram contra o Vasco, então se agora foi a favor, qual o problema?", perguntam alguns.
Infelizmente o torcedor, que na absoluta e massacrante maioria não freqüenta os estádios, ignora isso. Reflexos de nossa sociedade, onde levar vantagem é visto como virtude em muitos casos. No futebol então, poucos ligam para um triunfo conseguido de forma irregular. O importante é vencer, não são poucos os que seguem tal lema.
Há até quem endosse as palavras de Felipe, ex-goleiro do Flamengo. No ano passado ele disse que "roubado é mais gostoso". Foi logo após ganhar o título sobre o Vasco graças a um gol em impedimento de Márcio Araújo. Situações assim, mais comuns do que gostaríamos, proporcionam a proliferação de personagens nocivos ao futebol.
E eles são os maiores vencedores desse campeonato pífio e patético.