quarta-feira, 22 de abril de 2015

Zanardi analisa Sul-Americano e diz que convocará destaques da Copa do Brasil Sub-17



Técnico Caio Zanardi Brasil

Criticado pelo sexto lugar no Sul-Americano Sub-15 em 2013, Caio Zanardi subiu para a Seleção sub-17 debaixo de críticas, mas reverteu o processo. Mesmo com o time oscilando muito durante o torneio, conquistou o Sul-Americano Sub-17 em 2015 em março e classificou a Seleção para o Mundial da categoria, que será disputado em outubro, no Chile.

Em entrevista ao blogueiro, Zanardi falou um pouco sobre os bastidores da competição e os planos até o mundial, adiantando que a próxima competição incluirá os destaques da Copa do Brasil Sub-17. Confira a entrevista.

Na base da Bola: O desempenho da Seleção sub-20 colocou pressão na sub-17. Como você fez para administrar essa situação com os jogadores?

Caio Zanardi: Tentei fazer uma blindagem em cima deles, porque é claro que existe a pressão de você não fazer uma grande competição. É claro que eles veem as notícias na internet, mas tentei fazer com que eles focassem apenas no trabalho, em jogar futebol. E acho que conseguimos fazer isso.

Mesmo no caso contra a Venezuela?
Acho que não influiu, foi uma situação de jogo, tomamos os gols, perdemos o jogo, e isso gerou uma pressão para ganhar do Peru para se classificar. Existia essa comparação com a sub-20, com o profissional, com os resultados. Na derrota para a Venezuela, corrigi o que tinha que corrigir, mas não bati, não dei bronca nos jogadores, porque não achei que era o momento. Era a hora de dar confiança para a equipe se fortalecer.

E da derrota contra a Argentina logo na estreia no hexagonal final? Alguma lição foi tirada?
No jogo contra a Argentina nós tivemos 80% de posse de bola, várias chances de gol e eles jogaram por uma bola. No final do jogo, os argentinos se reuniram e começaram a cantar músicas falando mal do Brasil. Usei esse momento de desconforto para criarmos forças para reverter. E depois que ganhamos do Paraguai, os meninos se soltaram e começaram a retribuir as músicas comemorando a classificação para o mundial. Foi um momento em que viramos o jogo.

Individualmente, como você analisa o desempenho da Seleção sub-17?
Andrey comemora gol do Brasil contra o ParaguaiO termômetro da equipe era o Andrey. Quando ele caía de produção, a equipe caía junto, porque o esquema foi montado para ele ser o desafogo. Mas o coletivo foi um grande diferencial, vários jogadores apareceram bem em momentos importantes da competição. O Evander, que é um menino fantástico, fez dois golaços em um momento decisivo, o Leandro foi o artilheiro do time, o Kleber foi muito bem. E o mais importante disso foi a questão da vaidade, que não existiu. O grupo inteiro esteve motivado, mesmo os reservas. O fundamental no Sul-Americano foi a gestão de pessoas. 

Essa geração foi muito criticada após o sexto lugar no Sul-Americano Sub-15. O que mudou de lá para cá?

Jogávamos com três atacantes, como a sub-20. E eu precisava mudar o sistema, porque via que o time não estava respondendo bem. Conversei com o Gallo, mudei para o 4-4-2 losango em 2014, após um torneio no México em que perdemos nos pênaltis para o Paraguai. A resposta foi muito boa. O papel do Bruno Costa como observador da categoria também foi fundamental na montagem da equipe, que ganhou corpo. No intervalo entre o torneio do méxico e o do Chile, que vencemos, a equipe se qualificou muito. Foi fundamental esse processo de mudança tática. 

Como você tem visto a Copa do Brasil Sub-17?
Com muita atenção. Tenho ido aos jogos com frequência e conto com a ajuda dos novos observadores da CBF. É a geração que eu preciso usar para o Campeonato Mundial, a próxima convocação vai ser em cima dos destaques da Copa do Brasil, depois vamos jogar um torneio na Coreia, contra Coreia do Sul, Estados Unidos e Nigéria. Precisamos observar para selecionar esses atletas viajarem para a Coreia com a gente. Ainda teremos mais uma convocação antes do Mundial Sub-17, que será disputado em outubro.