sábado, 18 de abril de 2015

Inglaterra, um reinado iminente ?

 Premier League ficará ainda mais rica. Graças à assinatura de um contrato sem precedentes, os clubes da elite do futebol inglês dividirão nas próximas quatro temporadas, a título de direitos de transmissão, a quantia de 3,2 bilhões de euros por ano, dos quais 900 milhões referentes aos direitos de competições internacionais. Tais números representam uma aumento de 70% em relação aos valores previstos pelo pacto ainda em vigor.
AFP
AFP
Assim, o campeão inglês da próxima temporada deverá receber da televisão algo em torno de 210 milhões de euros, quase cinco vezes a quantia que caberá, por exemplo, ao próximo campeão francês (45 milhões de euros).
Os valores divulgados preocupam, certamente, todos os clubes das outras grandes ligas europeias.
Daqui por diante, a questão é, portanto, saber como confrontar o poderio econômico do futebol inglês.
O desafio será ainda maior em tempos de fair-play financeiro da União Europeia de Futebol (UEFA), já que desde 2013 os clubes daquele continente são impedidos de gastar mais do que arrecadam a cada temporada.
Desse modo, o êxodo de jogadores rumo a uma Premier League fortalecida não poderá sequer ser confrontado por aportes diretos de investidores: parece inevitável que “mecenas” tais quais os russos do Monaco e sobretudo os catarianos do PSG, cujo sonho declarado sempre foi o topo da Europa, tenham de rever seus projetos esportivos e ser criativos em busca de novas fontes de receita.
Se as principais ligas e até os milionários clubes do Velho Continente devem acusar o golpe, o enriquecimento inglês não afetará diretamente o Campeonato Brasileiro. Porque, sinal dos tempos, antes de preocupar-se com a perda de atletas para pequenos da Inglaterra, os clubes nacionais têm de lidar com a ameaça de concorrentes ainda menos prestigiosos: basta lembrar o exemplo do selecionável Diego Tardelli, que trocou o Atlético/MG pelo futebol chinês.